17 de mar. de 2012

GLS TEEN - CAP. 108



No capítulo anterior...
- Mães ficam indignadas com a presença de Bernardo na classe de seus filhos
- A Coordenadora explica que a lei protege Bernardo e que a escola nada pode fazer
- As mães ameaçam retirar seus filhos da escola, deixando a coordenadora em apuros
- Joel tenta alertar Gilberto que Romero pode estar mentindo, mas ele não acredita
- Bebel chega da rua sem dinheiro e é expulsa por Susette. Ela senta na calçada e chora

CAP. 108

Bebel chora compulsivamente, desolada e sem saber o que fazer da vida.

BEBEL: Ai meu Deus! E agora? Pra onde eu vou? O que vou fazer nessa cidade desse tamanho, sem dinheiro, sem lugar pra ficar?

Nesse exato momento, ela tem sua atenção despertada por uma voz bastante familiar.

HELENA: Joaquim? Meu filho!
BEBEL (assustada): Mãe! O que a senhora tá fazendo aqui?

Helena corre e abraça o filho.

HELENA: Eu vim te buscar meu filho. Eu vim te levar de volta pra sua casa.
BEBEL (admirada): Como a senhora me descobriu aqui?
HELENA: O Janildo, nosso vizinho. Ele me falou de umas amigas suas, eu fui atrás de uma, de outra, até descobrir seu paradeiro.
BEBEL: Mãe, a senhora é doida... A senhora nunca nem saiu de Belém, como veio parar aqui?
HELENA: Uma mãe é capaz de tudo por seu filho, seu danado! Mas, o quê você tá fazendo aqui na rua com essa mala?
BEBEL: Eu fui expulso da casa que eu morava. A mulher só queria dinheiro, dinheiro. Todo tanto que a gente dava era pouco. Aí ela não ficou satisfeita e me botou pra fora.
HELENA: Meu filho, pra quê fazer uma loucura dessas? Você tem uma casa, uma família. O que te deu na cabeça pra fugir de Belém assim?
BEBEL: Ora mãe! A senhora já esqueceu o que aquele brucutu fez comigo? Quase me matou de tanta pancada.
HELENA: Seu pai tava bêbado, fora de si. Eu já conversei muito com ele. Agora as coisas vão ser diferentes.
BEBEL: Eu não sei não... Não confio naquele lá de jeito nenhum.
HELENA: Você conhece um hotelzinho barato aqui perto? A gente passa a noite e amanhã cedo pega o ônibus de volta pra Belém.
BEBEL: Tem aquele ali, do outro lado da praça. É um dos mais baratos que conheço.
HELENA (enxugando as lágrimas do filho): Então para de chorar e vamos pra lá. Ainda bem que sua mãe chegou na hora H. Graças a Deus!

Os dois se abraçam e saem caminhando para cruzar a praça.

Juarez é chamado ao colégio para discutir com a Coordenadora o problema envolvendo Bernardo.

COORDENADORA: Então, seu Juarez, o que aconteceu foi isso que acabei de lhe contar. Nós estamos sofrendo várias pressões por causa do comportamento do seu filho. Muitas mães estão ameaçando retirar os filhos do colégio. Então, queremos conversar com o senhor e ver o que pode ser feito para resolver esse impasse.
JUAREZ: Mas o que a senhora quer o meu filho faça?
COORDENADORA: Eu tive conversando com a diretora e chegamos à conclusão que se o Bernardo mudasse algumas de suas atitudes, sua maneira de se vestir, o corte do cabelo, talvez pudesse dar uma acalmada nessas mães...
JUAREZ: Olha, mas o Bernardo estudou nas melhores escolas do Recife e lá ele era bem aceito. Eu não vou tentar tapar o sol com a peneira, meu filho tem uma tendência à homossexualidade, não há como negar isso. E como tal, ele é vaidoso, gosta de usar os cabelos coloridos, longos, mas é um rapaz comportado, de boas atitudes. Nunca tive conhecimento que ele cometesse algum excesso...
COORDENADORA: Foi isso que tentei explicar às mães, mas elas se mantêm irredutíveis. Na verdade nós temos regras no colégio que impedem os excessos e os exageros por parte dos alunos, mas resolvemos não aplicá-las com o Bernardo em consideração à sua pessoa, e também, porque até então não tinha surgido nenhum problema. Mas, diante do acontecido, não teremos alternativa a não ser exigir que seu filho se enquadre nas normas do colégio.

Juarez anda de um lado para outro da sala, em silêncio, enquanto pensa em uma solução.

JUAREZ: Pois bem, não vamos nos alongar nesse assunto. Já que a coisa chegou a esse pé, sou eu quem vai retirar meu filho desse colégio. Não vou admitir que meu filho seja privado da sua liberdade, da sua verdadeira maneira de ser, simplesmente para agradar um bando de mães preconceituosas. A senhora por gentileza, providencie a documentação do Bernardo, que vou encontrar outro lugar para que ele estude.
COORDENADORA: Seu Juarez, mas o senhor não acha que está se precipitando um pouco?
JUAREZ: Não. Estou seguro do que estou fazendo. Mas quero deixar registrado o meu protesto. Meu filho não cometeu ato nenhum que desabonasse a sua conduta enquanto aluno. Uma pessoa não pode ser acusada de nada pelo simples fato de existir ou de ser dessa ou daquela maneira.
COORDENADORA: Eu sei, mas espero que o senhor compreenda a nossa situação.
JUAREZ: Não, não compreendo. Aliás, sempre acreditei que um dos papéis da escola é esse: preparar as pessoas para a vida. É assim que vocês preparam os seus alunos? Ensinando-os a discriminar, protegendo-os com uma redoma de vidro para que eles não tenham contato com a realidade do mundo? Se a proposta da escola é essa, definitivamente, não é a escola que eu quero para os meus filhos.
COORDENADORA: Então, seu Juarez, mas o problema é só com o Bernardo, não envolve seus outros filhos. Aliás, eles são excelentes alunos...
JUAREZ: Está decidido. A senhora providencie a transferência de todos eles. Peço pra minha esposa pegar aqui depois. Passar bem, dona coordenadora. (e sai)
COORDENADORA (para si mesma): Gente! O que deu nele?

Na escola, a professora divide grupos para um trabalho de casa. Joana insiste até que seja indicada para a equipe de Jussara.

Joana fica toda empolgada com a ideia de ir à casa da colega. Toca a campainha.

Célia é quem abre a porta. As duas ficam se olhando. Instantes.

Continua segunda-feira...


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Você sabia?

Outra constatação feita por pesquisa é que os homossexuais apresentam características em relação ao sexo muito semelhantes às dos heterossexuais: têm fetiches, muitas vezes falam durante os atos sexuais, podem praticar ou não sexo grupal (por vezes somente com mais um homossexual, a fim de realizarem penetração dupla em um passivo como acontece em práticas heterossexuais, com a diferença de que neste caso os dois pênis penetram no ânus), e também podem ter fantasias românticas e/ou sexuais com celebridades ou conhecidos íntimos ou não.

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